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Diabetes – Visão geral e mundial da Situação

Diabetes é uma doença crônica, na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, o que causa a elevação da glicose no sangue. A não produção de insulina pelo organismo é a condição mais comum do Diabetes Tipo 1. A não utilização correta da insulina é mais comum no Diabetes Tipo 2.

Existem 3 tipo mais comum de diabetes:

Diabetes Tipo 1: geralmente uma doença auto-imune, com influência genética, história familiar para este tipo e com alguma influência ambiental. Aparece de forma súbita e não há cura, a princípio. O tratamento é feito obrigatoriamente com insulina.

Diabetes Tipo 2: tem grande relação com a obesidade, inatividade física, nutrição deficiente, idade e fatores genéticos para este tipo. Pode ocorrer de forma silenciosa e assintomática, ficando sem diagnóstico por anos. O tratamento requer mudanças nutricionais, atividade física e na maioria das vezes medicamentos para o controle da glicose.

Diabetes Gestacional: ocorre durante a gestação. Pode trazer problemas para a mãe e para o bebê. Aumenta o risco do aparecimento do Diabetes tipo 2 no futuro para a mãe e para o filho. O tratamento envolve controle nutricional, atividade física e se necessário uso de insulina.

Mundialmente o Diabetes é tratado como uma emergência em saúde, pois há um crescimento contínuo do numero de portadores desta doença em todo o mundo, como ilustra a figura abaixo. Onde se vê o número de pessoas com Diabetes em todos os continentes em 2015 e a previsão para 2040.

Em 2015 havia 415 milhões de pessoas com Diabetes e mais de 318 milhões com alguma alteração da glicose (pré-diabetes), o que as colocam em alto risco para desenvolverem Diabetes.

O Diabetes deve ser uma preocupação por parte de todos que trabalham na área da saúde e também por parte da população geral, pois é responsável pela ocorrência de múltiplas complicações, quando não tratado de forma adequada.

Hoje temos mais de 5 milhões de mortes, ao ano, em todo o mundo, devido ao Diabetes, enquanto, por exemplo, o HIV/AIDS mata 1,5 milhão ao ano. A cada 6 minutos 1 pessoa morre por causa do Diabetes no mundo e a cada 12 minutos 1 pessoa sofre uma amputação também em decorrência do Diabetes.

Em 2015, 1 em cada 11 adultos no mundo tinha Diabetes e destes 1 em cada 2 não sabiam ser portadores da doença.

Devido a estes números é que se faz necessário todos ficarem alertadas quanto a necessidade de controlar os fatores de risco e a procurar os serviços de saúde para que se possa diagnosticar e tratar de forma adequada o quanto antes.

Apesar de na maioria dos casos o Diabetes ser uma condição assintomática, os seguintes sintomas podem estar presentes:

Diabetes Tipo 1: sede muito intensa, boca seca, aumento do volume urinário, falta de energia e cansaço extremo, fome constante, perda súbita de peso, alteração visual.

Diabetes Tipo 2: aumento do volume urinário, sede excessiva, perda de peso, alteração visual.

O diagnóstico é feito pela dosagem da glicose no sangue, podendo ou não utilizar a “curva glicêmica” ou outros exames mais específicos.

Os principais parâmetros utilizados para o diagnóstico são:

  • Glicemia de jejum igual ou maior que 126mg/dl;
  • Hemoglobina glicada maior ou igual a 6,5%;
  • Glicemia medida em qualquer condição acima de 200mg/dl, associado aos sintomas;
  • Valor de 120min da curva glicêmica maior ou igual a 200mg/dl.

As complicações mais comuns do Diabetes são:

Agudas: cetoacidose diabética ou estado hiperosmolar hiperglicêmico – os quais requerem internação hospitalar.

Crônicas: retinopatia diabética, responsável por perdas visuais. Neuropatia diabética, responsável por dor crônica e amputações. Nefropatia diabética, responsável por muitos casos de diálise. Doenças vasculares, responsáveis por infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Apesar destas informações, com bons cuidados pessoais e com suporte dos profissionais da saúde, as pessoas com Diabetes podem ter uma vida saudável e longa. Seguem algumas recomendações de uma dieta saudável para a população geral:

  • Escolha beber água, café ou chás sem açúcar no lugar de sucos de fruta, refrigerantes ou outras bebidas adoçadas;
  • Coma pelo menos 3 porções de vegetais todos os dias, incluindo os verdes;
  • Coma até 3 porções de frutas frescas todos os dias;
  • Escolha castanhas, ou fruta ou iogurte não adoçado para os lanches;
  • Limite a ingesta de álcool ao máximo de 2 doses ao diabetes;
  • Escolha carnes magras ou brancas, aves ou frutos do mar no lugar das carnes vermelhas processadas;
  • Escolha grãos integrais, arroz ou massas integrais no lugar da farinha branca;
  • Escolha gorduras insaturadas (azeite, óleo de canola, girassol…) no lugar de gorduras saturadas (manteiga, gordura animal, óleo de côco…).

O tratamento atualmente do Diabetes conta com um grande arsenal de medicamentos e insulinas, por isso é importante estar com um bom acompanhamento médico, especializado, para a melhor escolha terapêutica. A cada dia o tratamento está mais individualizado, pois a cada momento temos mais opções que contemplam não apenas o controle da glicose, mas também as outras condições que estão associadas ao Diabetes.

Mais uma vez, se faz necessário salientar que esta é uma doença prevenível, e por isso devemos sempre tentar controlar os fatores de risco para evitar que o número de pessoas acometidas continue a crescer. E que uma vez diagnosticada, o tratamento deve ser rápido e rigoroso, pois assim podemos impedir estes lamentáveis números de complicações e mortes causadas pelo Diabetes.


Fontes:

International Diabetes Federation – 7ª Edition – IDF Diabetes Atlas – 2015

Sociedade Brasileira de Diabetes – www.diabetes.org.br

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